Quanto mais eu penso

 Quanto mais eu penso sobre a vida e tudo que estamos passando, todas essas tragédias, aqui, no Brasil e no mundo, que poderiam ser evitadas, que poderiam não existir, são partes do nosso sistema. O sistema necessita desse caos,  necessita de manter esse sentimento de pânico para que as pessoas possam ser controladas, aceitem o controle. Isso já foi confirmado por um livro que fala de manipulação das massas, que agora eu esqueci o nome, que faz parte do sistema nazista de ser e que, a princípio, parece inofensivo e depois se transforma em um monstro.

A nossa sociedade está sempre criando essa situação de desespero nas pessoas, seja pela pobreza ou pela violência. Hoje em dia temos mais acesso a informação e está cada vez mais difícil de manter o controle que querem exercer sobre nós através do falso conceito de liberdade.

A verdadeira liberdade para mim é poder estar em contato com o que é real. A natureza é real, a terra é real, plantar o nosso próprio alimento, colher da nossa própria horta. Tudo o que foi perdido quando a gente passou a viver em cidades e a terceirizar esse aspecto real da vida para companhias, grandes latifundios agrários que nos fornecessem esses serviços e receber no conforto de nossas casas. 

Fomos convencidos que produzir nossa própria comida é muito trabalhoso e que podemos fazer muito mais com nossas vidas, quando não temos que nos preocupar com o nosso próprio alimento. Vejam como estamos agora, escravos de um sistema, qua nos dita quantas horas temos que trabalhar e o quanto vamos receber para assim podermos pagar por esse produto que é nossa fonte de vida! Pagamos até pela água que é mais necessária ainda para nossa existência!

O conforto das cidades está nos custando caro demais. Eu reconheço que é trabalhoso e às vezes chato viver em um campo sem "nada para fazer", quando pensamos que isso não é importante, esse sentimento cresce ainda mais. Aprendemos a duvidar do que era mais certo, para viver uma vida de "conforto" nas cidades. 

Eu cresci numa cidade do interior, e vi que os dois sistemas podem ser vividos, podemos ter o campo e o conforto. O que me faltava nada verdade, era a arte e a cultura, as atividades sociais e o conhecimento. Existia em mim naquele tempo um grande sentimento de que eu era inferior, quando na verdade, o que me faltava era o conhecimento, as atividades culturais: cinema, teatro, pintura. Ter representatividade nas coisas transmitidas pela TV. E esse sentimento de inferioridade até hoje não pude entender de onde vinha. 

Eu sentia que estava presa, quando estava livre. O jeito das pessoas se encrustrava em mim e as coisas que eu queria pareciam impossíveis! Acho que existe muita gente que se sente assim  hoje em dia, mas tenho visto nas gerações mais novas a capacidade de não absorver tanto essa energia, já que existem mais possibilidades e que existe mais acesso ao conhecimento. E isso é uma ameaça a esse sistema que precisa de cada vez mais pessoas desesperadas. Por isso tantas leis já estabelecidas estão sendo regredidas e parece que o mundo está voltando para idade da pedra.

Os Políticos de todos países estão tendo as mesmas reações e estamos nos tornando países iguais aos países árabes que são tão condenados. Defender os um estado laico onde as convicções pessoais não podem ser usadas para a criação das leis, é única maneira de evitar que voltemos a ser bárbaros. A intolerância nos leva a barbárie, nos leva ao tempo da escravidão, nos leva ao nazismo. É triste ver que o que pensávamos que havia ficado no passado ainda persiste. É da nossa natureza e deve ser trabalhado para que não destrua tudo aquilo de bom que ainda existe, pois existem coisas boas!

Temos apenas que encontrar uma forma de viver em equilíbrio, natureza e civilização humana, homens e mulheres, se quisermos continuar existindo. Nossa sobrevivência depende desse equilíbrio. A raiva e o ódio que eu sinto por tudo o que estamos vivendo, às vezes quer me consumir, mas eu me permito senti-la e deixá-la ir, é um sentimento muito bélico e forte que tem que ser direcionado. Eu sei que eu não posso mudar o que está imposto, eu sei que eu sou um grão, mas o que eu posso fazer é compartilhar o que sinto. Quem sabe isso possa ajudar ainda mais na mudança que tem que acontecer, que eu sei que não será do dia para noite e sim para muitas gerações que estão por vir. Mas se nada for dito, como poderemos mudar?

Temos que parar e refletir sobre o que é real nas nossas vidas. Todo esse sentimento causado pelo modo de como vivemos é muito intenso e tudo que a gente quer é viver anestesiado, da mesma forma que os mendigos na rua fazem quando usam drogas, nós usamos as séries, os stories do celular, os vinhos, as cervejas ou o sexo tudo para esquecer e não sentir o temos dentro do peito. Alguns dias são mais difíceis que o outro, usemos nossa arte para expressar essa dor que sentimos pela perda de conexão com o que realmente importa, quem sabe ajuda a amenizar esse peso.

Boa sorte a todos.

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