Especiais
Tenho pensado comigo sobre as pessoas especiais que conheci e que saíram da minha vida, percebi o quanto aprendi com elas sobre muitas coisas que eu não conheceria se não fosse por elas.
As despedidas, obviamente, forma tristes e, em seu momento, destruidoras. Destruidoras de muitas crenças e padrões, mas, ao mesmo tempo, confirmação das coisas que não gostaria de vivenciar novamente.
Mesmo que a vida tenha me pregado muitas peças e é óbvio que repeti algumas delas, até aprender novamente a lição: ser eu mesma. Não me perder nas relações e tentar me encaixar onde realmente não me cabe. Isso é um trabalho diário. Somente agora, na idade adulta, estou trabalhando minha aceitação. Estou olhando para todas essas partes de mim, todas essas vidas que vivi. E realmente, tudo se baseia na lição que aprendemos com cada experiência.
Para alguns pode parecer que eu eu não tenho estabilidade, mas para outros sim. Por muito tempo eu me cobrei ter essa estabilidade. Quando, na verdade, ela não existe! É toda uma construção criada na nossa imaginação apenas. O que existe é a flexibilidade, a capacidade de se mover com o vento; a fluidez de se mover como um rio. Estamos todos fluindo no tempo e navegando nas tempestades. A única coisa que podemos escolher é quanto tempo vamos passar nelas, ou suportá-las. E isso não podemos prever, apenas temos que estar preparados para ambas as possibilidades.
Na minha jornada, eu chorei, e chorei muito, mas também ri, e ri muito. Como também me lamentei, me deprimi, mas sempre me levantei, um pouco mais forte de cada obstáculo. Uma coisa é certa, quando chegarmos ao final das nossas vidas, qual história teremos para contar?
Estou vencendo meus medos a cada dia, em algumas partes ele me paralisa, em outras eu consigo caminhar novamente. Acho que encontrei um novo objetivo: amar a mim mesma. Eu sei que isso está bem clichê e que todos estão levantando essa bandeira ultimamente, mas eu estou dizendo de todo o coração mesmo. Essa é uma daquelas situações “falar é fácil, fazer é difícil”, para algumas pessoas vai parecer tão fácil, mas para outras muito difícil. Todos viemos de realidades diferentes e somos moldados diferentes, todas as experiências são distintas, vamos chegar ao mesmo destino independente da velocidade dos passos que damos.
Estou tentando criar menos expectativas, essas são bem deprimentes, pois eu penso muito e com o tempo aprendi a esperar sempre o pior e está sendo todo um processo acreditar que coisas boas também são possíveis. No tempo que eu era criança, todas as minhas expectativas caíram por terra, então comecei a pensar no pior, porque se o melhor acontecer eu ia me sentir mais feliz e se o pior acontecesse eu já o estava esperando mesmo, então era mais fácil suportar.
O que ninguém conta é que isso pode funcionar por um tempo. Depois isso se encrosta e fica mais e mais difícil esperar que algo bom possa acontecer. A gente passa a se lembrar muito mais do que deu errado, do que daquilo que funcionou.
Viver é uma eterna aposta, não sabemos qual vai ser a próxima jogada, sorte ou azar, mas mesmo assim estamos vivendo. É como a sabedoria popular diz: "vinho para aceitar as coisas que não podemos mudar". Hoje quero me amar um pouquinho mais do que ontem e amanhã um pouquinho mais do que hoje. Quem sabe uma hora, essas sabedorias se gravam e se tornam realidade. Em algum momento eu sei que elas vão.
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