quinta-feira, 20 de novembro de 2025

 

Hoje é apenas quarta-feira. Eu despertei, tomei meu café e cheguei ao trabalho. Estou tentando fazer da minha vida algum sentido, com as notícias de pessoas do meu que vieram me fazer para aquele tempo da minha vida. E, como sempre, me fazendo repensar nas minhas atitudes quando era mais jovem. É difícil me lembrar de como eu me sentia na época, apenas posso concluir que tudo era muito intenso. Ainda mais pela minha codependência excessiva com meus parceiros afetivos. Difícil não ser. Apenas queria ser amada, ser vista e ouvida como eu sou. Acho que isso não mudou muito, com o passar dos anos percebi que não vale muito a penas esperar a validação dos outros. Sempre escrevi meus poemas e nunca me considerei escritora, por pensar que só aqueles que publicavam é que eram inteligentes o suficiente para conseguir escrever um livro. Sempre fui muito criativa, sempre enxerguei as coisas em comum que eu possuo com outros artistas, a única diferença: nunca recebi apoio para desenvolver as ideias que eu tenho.

Sempre fui considerada a estranha da família, por enxergar o mundo com uma verdade mais profunda, uma verdade que as pessoas não querem ver. As coisas que vivi me fizeram internalizar que eu tenho que ir e continuar enfrentando meus medos, existem pessoas mais medíocres e, egóicas, fazendo o que eu gostaria de fazer e sendo respeitadas por isso, quando o trabalho que põem em algo, é graças as conexões e sorte, pessoas que apoiam o que essa pessoa faz. Queria ser reconhecida e motivada por pessoas da minha família, mas essas pessoas não entendem e nunca entenderiam, pois conhecem o mundo apenas de acordo com a realidade em que viveram. Para elas, a arte, a expressão, não importantes, pois o que é mais importante é ter comida na mesa. Não possuem uma mente questionadora, como os artistas e filósofos possuem, essa mente que busca um sentido para tudo, que estuda tudo, que sente demais e quer, de certa maneira florescer e, com ela, que a humanidade também floresça e consiga ser o mais harmônica possível.

Claro, que tudo isso se torna uma utopia. Um sonho de pessoas que são loucas. Mas tudo o que construímos nesse mundo surge de uma “ideia louca”, que transforma nossas vidas para melhor, para que possamos continuar nos desenvolvendo no decorrer dos anos. Ao mesmo tempo que também conseguimos ver que chega um momento, que tanto crescimento, somente pode gerar uma entropia. Na minha investigação pela vida, pelos conhecimentos adquiridos de tantas histórias e memórias, consegui chegar a minha teoria própria: o verdadeiro “desenvolvimento” somente é possível com a harmonia entre sociedade e o meio ambiente aonde ela está inserida. Uma prova que isso é possível, está bem claro e exemplificado, nas civilizações nativas. Que conseguiram manter por séculos esse modelo, até que a necessidade de nos tornarmos práticos e preguiçosos, nos fez criar tecnologias que só aumentam o consumo desenfreado. Trabalhamos mais e temos menos tempo para viver em comunidade. Os conflitos nos afastam e é bem mais difícil termos conversas de diferentes opiniões. Não queremos mais enfrentar o desconforto. Tudo nos separa.

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