terça-feira, 16 de dezembro de 2025

Depressão de fim de ano

Ver todos se prepararem para as festividade tem me deixado triste. Comemorar com todos ao lado, conversar e criar novas memórias com os familiares, tem me deixado com certa inveja e mais solitária. Apesar de ter uma nova família agora, os anos distante da minha terra têm pesado agora. E também, estou ficando mais velha, uma jovem senhora idosa, poderia assim dizer. Acho que isso tem tido um efeito mais pesado esse ano. E me questiono uma vez mais, sobre minhas decisões sem pensar nas reais consequências, principalmente a de morar milhares de quilômetros, em outro continente. 

Talvez nem seja tudo isso, mas é que de repente, alguns fins de ano parecem mais importantes que outros. Houve outra perda na família e há o anúncio da chegada de um novo bebê, que engraçado é perceber essas coisas. Mas não me programei, acho que tenho que me programar melhor para os finais de ano, para não me sentir assim, tão desgarrada... Esse ano o meu espírito não está tão natalino, estou mais para um grinch. O que quero pra mim? Tento incessantemente perdoar a Rayra jovem que tomou decisões com base na imensa dor que sentia e falta de propósito. Ora, ora, ainda estou sem propósito (risos). Apenas sendo mãe e aprendendo a criar uma nova família, que às vezes sinto, que nem será para o resto da vida...

Já caminhei tanto, e ainda assim me sinto derrotada e um nada... por que será que nunca tá bom? Complexo. Essa alma que eu tenho é muito complexa pra que eu possa entender. Ser um ser humano é muito difícil com essa quantidade de pensamentos questionadores. Espero estar entendendo essas missões e lições de vida. Enfim, como se diz nos centros de reabilitação: "só por mais 24h", "um dia de cada vez", "um pé na frente do outro" e por aí vai...

A gente sempre tem saudade quando tá longe, mas também dói quando tá perto. Tenho que me lembrar disso, que as pessoas que me conheciam, já não me conhecem. Apenas conhecem minha origem e parte de mim e, talvez por isso, as sinta muito especiais para mim.

quinta-feira, 20 de novembro de 2025

 

Hoje é apenas quarta-feira. Eu despertei, tomei meu café e cheguei ao trabalho. Estou tentando fazer da minha vida algum sentido, com as notícias de pessoas do meu passado que vieram me levar para aquele tempo da minha vida. E, como sempre, me fazendo repensar nas minhas atitudes quando era mais jovem. É difícil me lembrar de como eu me sentia na época, apenas posso concluir que tudo era muito intenso. Ainda mais pela minha co-dependência excessiva com meus parceiros afetivos. Difícil não ser. Apenas queria ser amada, ser vista e ouvida como eu sou. Acho que isso não mudou muito, com o passar dos anos percebi que não vale muito a pena esperar a validação dos outros. Sempre escrevi meus poemas e nunca me considerei escritora, por pensar que só aqueles que publicavam, é que eram inteligentes o suficiente para conseguir escrever um livro. Sempre fui muito criativa, sempre enxerguei as coisas em comum que possuo com outros artistas, a única diferença: nunca recebi apoio para desenvolver as ideias que eu tenho.

Sempre fui considerada a estranha da família, por enxergar o mundo com uma verdade mais profunda, uma verdade que as pessoas não querem ver. As coisas que vivi me fizeram internalizar que eu tenho que ir e continuar enfrentando meus medos, existem pessoas mais medíocres e, egóicas, fazendo o que eu gostaria de fazer e sendo respeitadas por isso, quando o trabalho que põem em algo, é graças as conexões e sorte, pessoas que apoiam o que essa pessoa faz. Queria ser reconhecida e motivada por pessoas da minha família, mas essas pessoas não entendem e nunca entenderiam, pois conhecem o mundo apenas de acordo com a realidade em que viveram. Para elas, a arte, a expressão, não são importantes, pois o que é mais importante é ter comida na mesa. Não possuem uma mente questionadora, como os artistas e filósofos possuem, essa mente que busca um sentido para tudo, que estuda tudo, que sente demais e quer, de certa maneira florescer e, com ela, que a humanidade também floresça e consiga ser o mais harmônica possível.

Claro, que tudo isso se torna uma utopia. Um sonho de pessoas que são loucas. Mas tudo o que construímos nesse mundo surge de uma “ideia louca”, que transforma nossas vidas para melhor, para que possamos continuar nos desenvolvendo no decorrer dos anos. Ao mesmo tempo que também conseguimos ver que chega um momento, que tanto crescimento, somente pode gerar uma entropia. Na minha investigação pela vida, pelos conhecimentos adquiridos de tantas histórias e memórias, consegui chegar à minha teoria própria: o verdadeiro “desenvolvimento” somente é possível com a harmonia entre sociedade e o meio ambiente aonde ela está inserida. Uma prova que isso é possível, está bem claro e exemplificado, nas civilizações nativas/indígenas. Que conseguiram manter por séculos esse modelo, até que a necessidade de nos tornarmos práticos e preguiçosos, nos fez criar tecnologias que só aumentam o consumo desenfreado. Trabalhamos mais e temos menos tempo para viver em comunidade. Os conflitos nos afastam e é bem mais difícil termos conversas de diferentes opiniões. Não queremos mais enfrentar o desconforto. Tudo nos separa.

quinta-feira, 2 de outubro de 2025

Noite sem dormir, pensando...

 


Por desgraça ou qualquer outra coisa, comecei a sentir uma absurda nostalgia dos tempos que eu criança.

Parece que desde aquele tempo eu sabia, que o mundo estaria nesse desastre de agora. Cada vez que aprendia algo de história. Algo em mim gritava e me dizia que causaríamos o nosso fim. Com o tempo fui vendo cada vez mais atrocidades e notícias tristes, todo mundo em negação dizendo: “Isso não existe!”. Mas existia sim e ninguém nunca fez nada pra amenizar. Parece que agora tudo está pior, mais divido, mesmo que todos só queiram o melhor para si e para o outro. Se preocupam muito em encontrar um culpado, mas somos nós mesmos. Nós que não prestamos atenção, que não vigiamos a corrupção, que nos deixamos enganar e colocamos o poder nas mãos das pessoas que não fizeram o que prometeram. A falta do incentivo do pensamento crítico nas escolas, que beneficiou os dois lados que disputam o poder, também contribuiu pra tudo isso.

Mas, se você tivesse prestado atenção, também nas palavras sinceras de Jesus, nos atos que o levaram a morrer na cruz, conseguiria entender por comparação, quem são os falsos profetas. Que o orai e vigiai sempre foi certo, a gente para não entregar nosso livre arbítrio nas mãos de falsos salvadores, que prometem aliviar nossas dores, o nosso sofrer. Essa frase também serve para as pessoas de bom coração não se deixarem corromper pela fonte de poder. Sim, porque ela cega.

Nenhum dos lados políticos cumpre com integridade suas promessas. Cumprem apenas o mínimo para conseguir enganar e dizer que presta. Como num relacionamento abusivo, que bate e depois enche de amor, num estica e puxa das emoções do povo. As pessoas cansaram e começaram a ver esse processo e, pouco a pouco, foram demonstrando suas frustrações, usando o voto como protesto. As populações estão tão descontentes, com a carinha bonita que se diz preocupar com o povo, que começaram a eleger palhaços para os cargos. Depois outro mais que prometeu uma mudança extrema, mas que também se aproveitou para encher seus bolsos, usando as mesmas táticas antigas, já registradas nos livros de história. E já pouco conhecida, graças a precarização das escolas.

Todos os governos necessitam uma crise, para que possam permanecer no poder. Pois sabem que quando a maioria dos problemas forem resolvidos, já não deterão tanto poder. Incrível, como o livro, Animal farm de George Orwell, consegue descrever exatamente todo esse processo de corrupção da classe detentora de poder, que começa com pequenas coisas e, de repente, cresce para a total mudança de todas as regras para favorecerem os poderosos. Exemplificado na figura do oprimido que se torna opressor.

Refletir sobre essas coisas me causa muita infelicidade, pois queria que todos pudessem estar na mesma página: criar um mundo melhor para todos. Onde todos tenham gravados dentro de si que todas as profissões são importantes. Que em sociedade todos temos, por menor que seja, nossa parte de contribuição com os demais. Conflitos sempre irão existir, é muito trabalhoso da gente resolver, dá preguiça, mas quem sabe se cada um fizer uma parte, não fique. Está bem dificil agora com as diferenças sendo cada vez mais exaltadas. O problema não está em se ter opiniões diferentes, sempre vamos ter, mas nos unir nas coisas que são em comum a todos. Uma coisa é certa, ninguém quer sentir que alguém que não está fazendo a sua parte está se beneficiando, mas é aí que temos que vencer esse pensamento, viver em sociedade é viver em comunidade e solidariedade. É o que nos faz humanos, precisamos uns dos outros e sentar para resolver os problemas, sem importar com quem vai ter mais razão ou ser o que está certo. Cada pessoa ver a realidade de uma forma. Cada pessoa é um universo. E juntos somos uma galáxia.

Me sinto muito inepta para chegar e discutir com alguém para tentar trazer alguma luz. Mas aquele que tiver olhos para ver e ouvidos para ouvir, acho que conseguirá entender o que estou tentando dizer. As pessoas que estão no poder nem tem ideia de quem somos. Enquanto a gente fica defendendo eles, que não precisam da nossa defesa, porque somente estão no poder porque nós os elegemos e só percebem que fizeram alguma merda quando o povo vai pra rua, eles continuam lá enriquecendo. Existem aqueles que estão a favor do povo, são poucos, mas existem. Espero que a gente consiga perceber quem são e olhar mais pro que é feito do que aquilo que foi prometido, para comparar. E rezar, para que esses poucos não entrem nesse ciclo de corrupção quando forem notados ou, simplesmente, não sejam assassinados. É preciso proteger as pessoas que fazem o bem.

segunda-feira, 31 de março de 2025

 

Sometimes I feel that I am just a freckle of snowflake melting under the sun

Someone with no time or space

Just there

Waiting to existence to vanish…

What mysteries lie over there

Across the veil of existence to non-existence?

Useless, not to say

Just think that I am not learning anything new

And people just make me feel like I can’t

What makes me wonder

Is it me or them?

Am I making myself a victim or I just don’t fit anywhere?…

More less

Where is really my destiny?

 Me and my little arms and my little legs.

Walking into a path of even more darkness and self doubt

It's true. I have been growing a lot, but that doesn't come without growth pains.

The world is so big and vast, at the same time everyone is living trough the same challenges or suffering 

the consequences of government decisions or their own.

It seems there is no middle ground or happiness will never be achieved...

Powers at be don't want you to, simple like that. Every single day there is more than one can support and the finish line to get into satisfaction seems farther and farther away with each passing day. How are we supposed to be happy when the rest of the world is suffering?

I get it, that life is not fair, but shouldn't we not try to change? I have dwelled this before, the thoughts that we should try to do better and someone, even with the imperfection, should think about doing good for the majority of people. We don't have kindness anymore, everyone is just trying to control everyone else. Sometimes I wish I didn't have this questioning mind of mine. I see so many people just moving on with their own business without worrying about those things that torment my brain at night. I guess they just don't have the time. Nobody has time these days to just live and smell the roses, appreciate the view and the beauty that our planet still possess.


segunda-feira, 10 de março de 2025

Ano de 2024

 Hoje amanheci com uma vontade estranha de fazer uma retrospectiva desse ano, que marcou bastante a minha vida. Passei por coisas que mexeram muito comigo e que colocaram um ponto final no meu passado.

Em 2024, cortei finalmente os laços com a família do meu ex. Minha ex-cunhada que me ajudou durante todo esse tempo com moradia aqui, finalmente decidiu vender a casa que havia me emprestado. No final do ano de 2023, ela começou o processo, mas não consegui comprar. Quem sabe tenha sido melhor assim. Sou grata por todos os anos que passei ali e que pude cuidar da minha filha com segurança. Um longo ciclo de mais de 10 anos havia terminado definitivamente. Ainda mais com o falecimento do avô paterno da minha filha, que também foi outro ponto de apoio importante para mim.

Conforme o tempo está passando, as coisas estão se ajustando. Ano passado também me casei novamente e completei um ano de trabalho de tempo integral. Pelos últimos 12 anos, eu sempre estive no modo de sobrevivência. Ainda não consigo relaxar ou conseguir sentir-me confortável, sem ameaças ao meu futuro.

Embora todas as mudanças que tenham acontecido, tenham me deixado sem chão, tentei passar por elas da melhor forma que pude, outros anos também perdi pessoas importantes para mim, como o meu pai e minha amiga-mãe, Neide, aqui na terrinha do tio Sam.

Mesmo com todas essas perdas, eu consegui ir levando o meu caminho. Foram emoções muito fortes que passei ao longo dos anos vivendo aqui. Posso dizer que me ensinaram a confiar que existem pessoas boas e que podem me ajudar, melhor ainda, que eu posso pedir ajuda. O circulo de amigos que eu construí aqui me deu essa perspectiva. Sempre quis fazer tudo sozinha para não ter que lidar com as decepções que outras pessoas poderiam me causar, já que foram muitos baques e caras quebradas, principalmente com pessoas da minha família. Nunca senti esse senso de apoio e que poderia vencer na vida, somente recebia críticas por minha maneira tranquila de ser. O que é mais curioso, é que somente depois que eu me mudei, e saí do país, as pessoas começaram a enxergar o meu valor. O que corrobora com uma frase que eu li uma vez: "Você não pode se curar no mesmo lugar que te feriu". As pessoas que nos machucam, na maioria das vezes, quero acreditar, estão fazendo isso com boas intenções, querem o nosso melhor. Mas, as opiniões que são dadas são de acordo com o que elas são e como elas são e nós,  somos outras pessoas que enxergam outras coisas e querem outras coisas.

Enfim, não sei se me perdi com esse texto, mas a mensagem que eu quero passar é: tempestades passam. A frase mais sábia que eu já ouvi é que tudo vai passar: momentos bons e ruins. Eles vão passar. Temos sempre que mudar e dar nosso melhor. Meus medos podem tirar o melhor de mim. Nem tudo são flores. Há dias que não consigo sair da cama, fins de semana que não aproveito e evito pessoas. Mas também existem os dias que eu vejo o sol da minha janela e agradeço por tudo o que tenho. Existem momentos mais tranquilos e mais ocupados, e está tudo bem.

Quem sabe agora eu consiga fazer mais atualizações, ou somente desabafar aqui nesse espaço infinito e desconhecido. Escrever tem sempre sido minha atividade favorita, apesar da falta de inspiração e nos últimos tempos, o tempo mesmo não tem dado espaço para essa minha atividade e meu cérebro tem mergulhado nas histórias e séries de outros personagens para conseguir sobreviver à realidade.

Depressão de fim de ano

Ver todos se prepararem para as festividade tem me deixado triste. Comemorar com todos ao lado, conversar e criar novas memórias com os fami...